Olá bruxinhas e bruxinhos, tudo
bem com vocês?
Hoje vamos falar sobre um livro
que é um dos meus favoritos do ano, se não for “O” favorito.
O livro é “Quando as Sereias Choram” da
Mirella Ferraz. Eu nunca tinha ouvido falar do livro e nem da autora, que
inclusive é brasileira, e é por isso que eu amo a Bienal do Livro. Eu estava no
estande da Novo Século, e vi que tinha um “seção” sobre sereias, e como eu
nunca tinha lido nada do gênero, mas tinha vontade, peguei o livro e li a sinopse, foi amor à primeira lida
kkkkkk’.
Vamos lá então?
Autor (a): Mirella
Ferraz
Editora: Novo
Século
Páginas: 398
Ano: 2014
Sinopse: “Uma lenda esquecida será recontada. A história de uma sereia
e de uma santa real, adorada e renegada ao mesmo tempo. Santa Murgen, a
“nascida do mar”, a santa retratada como uma sereia, que incrivelmente mudou o
mundo e até a maior religião existente. Eternizada nos Anais Irlandeses, ela
conseguiu romper com tabus e estremecer o patriarcado.
Uma figura pagã
inserida misteriosamente no seio de igrejas cristãs. Amores, paixões, guerras e morte. O mundo viking visto
através dos olhos aterrorizados dos cristãos, dos olhos azuis e sedentos por
sangue de um guerreiro, mas principalmente, através dos olhos acinzentados de
Liban, a menina que nasceu no mar e que carrega além de uma mágica ligação com
o oceano e com um golfinho, questionamentos selvagens acerca do mundo que a
rodeia.
Os mares escondem
histórias misteriosas. E é uma, dentre tantas, que será contada agora. Porém,
não se melindrem, será uma em especial.”
Liban nunca foi uma garota normal
e ela nem se sentia assim, sua vida nunca foi normal, ao começar pelo seu
nascimento. Ela veio ao mundo dentro do mar, no meio de uma tempestade e por
ajuda de uma sereia............. inusitado, não é mesmo? Sua mãe dizia que o
nascer a sereia a tinha abençoado e por isso ela tinha uma conexão
impressionante com o mar.
Sua mãe morreu muito cedo,
deixando Liban sozinha com o tio Burton, o qual não gostava nenhum um pouco da
menina e sentia prazer em maltratá-la. Mas Liban tinha alguém que olhava por
ela, ela não tinha certeza de quem era mas sabia que essa pessoa estava lá, no
mar. Após algum tempo da morte de sua mãe, quando a menina estava prestes a
tirar a própria vida, essa ajuda do mar mandou algo a Liban que fez com que a
garota desistisse da ideia de morrer, ela ganhou um presente que não deveria
ser negado a ninguém. Um amigo. Ulisses. Um golfinho que parecia entender tudo
o que ela lhe falava e sentia, passou a ser seu companheiro de todas as horas.
Libam morava em uma cidade
católica, mas não aceitava muitas das coisas que a religião pregava, por isso
não tinha amigos, não conversava com ninguém da cidade e todos falavam mal
dela, de como era estranha. A menina por isso, gostava de passear sozinha em um
bosque, na praia onde Ulisses se encontrava com ela, até o dia em que ela viu
ele....... Ivar.
Ivar era um guerreiro viking, era
temido por todos, sua fama era de “mão da morte”, ele era herdeiro de um império
na Dinamarca, quando seu tio e padrinho Ragnar, morrer. Após fracasso em sua
última batalha, onde perdeu muitos de seus melhores homens, seu tio o mandou
para viagens comerciais, como uma forma de Ivar pensar nos erros que cometeu e
é nesse momento que Liban e Ivar se conhecem.
Ivar odiava viagens comerciais,
afinal ele era um guerreiro e assim não tinha paciência para ficar no porto,
negociando as cargas, então saiu para dar uma volta e conhecer a cidade e foi
acabar parando em um bosque com um pântano e acabou ficando preso no lamaçal,
nesse mesmo instante Liban, estava passando pelo lugar em que Ivar estava com
problemas e tentou ajudar o escandinavo, sem saber de sua origem.
Após uma pequena briga entre os
dois, já que a menina deixou Ivar quase se afogar na lama/lago, os dois se
encaram e para eles naquele momento não existia mais nada no mundo. Cada um
pensava que nunca tinham visto pessoa
mais bonita na vida. Liban estava impressionado com o escandinavo, alto, loiro,
com um porte forte e musculoso, cabelos compridos e uma cicatriz acima da
sobrancelha e olhos tão azuis quantos os mares em dias de verão. Ivar nunca
tinha sentido nada parecido, a criatura na sua frente parecia uma deusa,
cabelos compridos e negros, olhos prateados e um corpo deslumbrante.
“Chegou mais perto
dele, aproximou seu rosto e então, sem nada a dizer, Ivar a envolveu com seus
braços, embalando sua cintura e puxando-a para bem perto.”
Mesmo com a inegável atração que
Liban sentia por Ivar, ela se fez relutante em manter contanto com o viking, já
que ele era o “inimigo”, e só após muitas brigas, intrigas e alguns encontros
inesperados, ela não aguentou e se entregou à paixão. Já Ivar, não sabia o que
estava acontecendo com ele, nunca tinha nutrido sentimentos por uma mulher,
muito menos sentimentos que o fizessem perder a cabeça.
Após finalmente admitirem que
estavam apaixonados um pelo outro, começaram os planos: Liban odiava viver com
o tio que a maltratava e Ivar não podia ficar para sempre no mesmo porto, a
única solução era Liban ir embora com Ivar. Será que isso daria certo? E se o
destino quisesse que as coisas aconteçam de outra forma? E se
mesmo que tudo desse errado, você desistiria do verdadeiro amor da sua vida?
“O colar que joguei
ao oceano é para que um pouco de mim permaneça nas águas dela, que ela tanto
amava....”
Esse livro é o meu preferido do ano,
com certeza. Nunca tinha lido nada sobre sereias e essa minha leitura de
estreia foi sensacional, com certeza Mirella Ferraz ganhou meu coração de
leitora.
Uma das coisas mais legais do
livro é que como Ivar é um escandinavo, viking, dinamarquês temos um contato
com mitologia nórdica através das notas de rodapé que são referências à deuses
e lugares sagrados para eles.
A narrativa é rica em detalhes
mas consegue ser fluída ao mesmo tempo, e temos um narrador em terceira pessoa,
então podemos saber o que os nosso casal está pensando e sentindo, também
conseguimos saber o que está com os dois mesmo que eles estejam separados por
milhares de quilômetros.
Agora, quanto aos personagens,
Liban apesar de ser uma mocinha é bem decidida e em nenhum momento enrola ou
vacila nas suas decisões, e também não endeusa Ivar, na verdade ela bate de
frente quando não concorda com suas
opiniões e atitudes, isso é bem legal.
Tirando a evolução dela dentro da história, no decorrer dos fatos que é
impressionante.
Ivar é outro galã literário para entrar na minha lista, mas
não se enganem, ele não é o mocinho. Não esqueçam que ele é um guerreiro viking
que gosta de matar mas quando se trata da mulher que ele ama, o dinamarquês não
podia ser mais encantador. ♥
A obra também nos traz uma
importante discussão sobre religião. A autora faz os personagens discutirem
como a religião cristã diminui outras religiões só por terem mais de um deus, e
não ser o Deus deles e como a Igreja inferioriza a mulher e o seu papel na vida
dos homens, retratando que o seu corpo é o caminho do mal e etc,. É uma
discussão bem interessante.
“Talvez as lágrimas
femininas sirvam de espelho para alguns homens, revelando uma face de si mesmos
que eles têm vergonha de encara.”
A única coisa que não me agradou
mas que também não interfere na leitura é quanto ao final, pois demora um tempo
razoavelmente longo para os fatos se desenrolarem e o final acabou ficando
muito corrido, tudo acontece nas últimas 20 páginas, acho que ou podiam ter
cortado alguma parte em que não acontece nada de tão importante ou desenvolver
mais o final, mesmo que o livro ficasse maior.
Mesmo assim, recomendo o livro
para todos, não deixem de ler essa obra-prima.
Eu dei quatro gatinhos para a
história
Por hoje é isso pessoal, espero
que vocês tenham gostado.
Não esqueçam de comentar!
Até mais, beijos ;*
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